“Disciplina filosófica que procura determinar a finalidade da vida humana e os meios de a alcançar, preconizando juízos de valor que permitem distinguir entre o bem e o mal; princípios morais por que um indivíduo rege a sua conduta pessoal ou profissional; código deontológico; moral; ciência da moral.”
1. Princípios Gerais:
Elevado nível de profissionalismo; reconhecer as suas limitações; só aceitar tarefas para as quais está habilitado; manter uma actualização contínua.
Honestidade; correcção e respeito por outros profissionais; não prestar falsas declarações.
. Responsabilidade profissional e científica
Não prejudicar a comunidade profissional e científica na qual se integra, adoptando um elevado padrão ético.
. Respeito pelos direitos, dignidade e diversidade das pessoas
Não discriminar os outros sob qualquer forma e valorizar as suas ideologias, valores e atitudes.
. Responsabilidade social
Tornar público os resultados da sua investigação, para a comunidade onde se insere, contribuindo para o progresso da ciência e para o bem público.
2. Relações com as pessoas, lugares e ambiente:
Proteger as pessoas que participaram na investigação, respeitar o ambiente envolvente (fauna, flora…), não falsear dados ou fabricá-los, perspectivar consequências da investigação quer nas pessoas quer sobre o local de actuação a prazo.
3. Trabalho de campo:
á partida.
4. Conflitos de interesse:
Se o investigador tiver a intenção de distorcer ou alterar o trabalho de investigação, devido a interesses pessoais, não a deve realizar, nem utilizar para o seu proveito trabalhos efectuados por outros.
A informação confidencial sensível obtida deve ser sigilosa, sob pena de, a longo prazo ter consequências nefastas se estiver ao alcance do público, devendo o investigador proceder à eliminação dos elementos de identificação e assegurar que em caso da sua morte ou mudança de posto estes elementos permanecem confidenciais; não é considerada informação confidencial a obtida em locais públicos; se a informação confidencial contiver teor criminoso, o investigador deve que ponderar esta obrigação, com as morais e legais.
6. Consentimento informado:
A recolha de informações (inclusive de voz e imagem) que não seja efectuada num domínio público deve ter o consentimento das pessoas envolvidas (de forma voluntária), devendo ser informadas da forma como os seus dados pessoais vão ser tratados/divulgados; tendo especial atenção a populações vulneráveis (crianças, idosos, deficientes mentais, imigrantes recentes…). Pode não ser necessário o consentimento informado quando o risco é mínimo para a/as pessoas envolvidas. O oposto do consentimento informado é a omissão à pessoa investigada, dos objectivos da investigação, tal, só é aceitável se a informação não seja possível obter de outra forma.
7. Novos desafios éticos colocados pela investigação na internet:
O ambiente digital/virtual devido às suas características particulares coloca à investigação científica novos desafios, como ex. recolha de informação em salas de chat (será local público?), e-mail, questionário online, e-grupo; a acessibilidade dos utilizadores; quem são os autores /criadores da informação recolhida? como obter o seu consentimento?; como identificar os menores? Como identificar os direitos de autor/copyright dos “posts”, quais os riscos para as pessoas entrevistadas online? spam, etc.
AAG – Association of American Geographers
Preâmbulo
Na investigação e análise geográfica, assim como a transmissão de teorias, conceitos e informações revestem-se de uma variedade de considerações éticas, que podem contribuir para o profissionalismo e urbanidade entre geógrafos, bem como para a pesquisa, ensino e serviços prestados por estes.
Os geógrafos trabalham em áreas diversificadas e, por consequência, numa vasta dimensão ética. A maioria dos geógrafos lida com várias comunidades profissionais que, por sua vez, têm as suas próprias condutas éticas, sendo necessário haver um entendimento conjunto.
Relações Profissionais com os outros
É desejável que, no relacionamento entre colegas os geógrafos sejam: respeitosos das opiniões e direitos dos outros, honestos na sua conduta, correctos (não proliferando acusações infundadas e boatos sobre colegas), humanos para com os outros não se permitindo a qualquer tipo de descriminação (idade, classe etnia, sexo, estado civil, nacionalidade, orientação sexual, política, deficiência física/mental, raça, religião); gerar um ambiente não propício ao assédio (em qualquer das suas formas).
Manter uma comunidade diversificada, plural, um lugar físico, social e moral, onde haja um sentimento de pertença, onde as vidas tem significado, onde se preconize o valor pela dignidade, diversidade e compromissos intelectuais e projectos.
A contratação deve ser feita de uma forma cortês e justa para os candidatos, dando conhecimento dos prazos; exigindo aos participantes da pesquisa, a confidencialidade e quando estes já não estiverem destacados para o efeito, devem ser notificados o mais rápido possível.
Relações com comunidade escolar alargada
Devem adoptar equidade na avaliação do trabalho dos outros, e evitar o auto-plágio; na atribuição de bolsas dar todo o crédito àqueles que contribuem para a sua pesquisa e ensino; e não fazer qualquer discriminação na avaliação das mesmas
Relações com estudantes
Em meio académico é da responsabilidade do geógrafo contribuir para o desenvolvimento intelectual do aluno, mantendo um elevado nível de conhecimento geográfico, preciso e actualizado; manter um bom ambiente em sala de aula, promovendo a integração; comunicar aos alunos os objectivos da aprendizagem e os métodos utilizados; confidencialidade das informações privadas.
Relações com pessoas, lugares e coisas
Um geógrafo necessariamente devido à sua profissão interage frequentemente com pessoas, lugares e coisas, devendo assegurar que o seu trabalho é feito com honestidade, não fabricando resultados e plagiando o trabalho de outros; levar em linha de conta os efeitos que a pesquisa a longo/curto prazo pode ter nas pessoas, lugares, flora e ambientes; a dignidade, bem-estar e segurança dos informantes devem ser prioritários; a preferência ou não pelo anonimato deve ser cumprida; em pesquisa de campo minimizar os impactos a longo prazo; os resultados devem ser divulgados por colegas e agências locais; devem ser acordados com outros co-autores do projecto da sua inclusão no mesmo.
Relações com instituições e fundações de apoio à pesquisa
Postura de abertura e divulgação para com as organizações financiadoras, evitando possíveis discussões com os intervenientes, sendo previsível contudo que, eventualmente tenha que recusar o financiamento se este não se enquadrar no comportamento ético do geógrafo; os pesquisadores devem assegurar que é cumprido o que foi acordado, nomeadamente que os dados não são utilizados para outros fins, salvaguardando assim o conteúdo.
Relação com os Governos
Os geógrafos lidam frequentemente com o seu governo, com governos nos locais onde efectuam pesquisas, ou empresas patrocinadas pelo governo, onde apresentam-se questões éticas e, na procura do seu apoio, o seu comportamento deve ser aberto, sincero e honesto, tendo o cuidado de não comprometer as suas responsabilidades profissionais como geógrafos e fazer todos os possíveis por cumprir com os termos do acordo do projecto.
Conclusão
Esta declaração, tem como finalidade promover a reflexão sobre questões éticas, nomeadamente da responsabilidade ética em geografia, mas, para além dos fins profissionais que abrange, também visa sobre o bem-estar dos povos, lugares e ambientes que fazem parte do nosso mundo, promovendo abordagens e práticas que contribuam para o efeito.
Os membros do IEEE, ao reconhecer a importância das suas tecnologias na qualidade de vida das pessoas em todo o mundo têm uma obrigação pessoal na sua profissão, para com as comunidades que servem, comprometendo-se a realizar os mais altos padrões éticos e profissionais de acordo com:
- aceitar a responsabilidade na tomada de decisões consistentes com a segurança, saúde e bem-estar do público, e divulgar prontamente os factores que possam pôr em perigo a população ou o meio ambiente;
- evitar conflitos de interesse, sempre que possível, e divulgá-los para as partes afectadas, quando eles existem;
- ser honesto e realista ao afirmar créditos ou estimativas baseadas em dados disponíveis;
- rejeitar a corrupção em todas as suas formas;
- melhorar a compreensão da tecnologia, a sua adequada aplicação, e potenciais consequências ;
- manter e melhorar a nossa competência técnica e tecnológica na realização de tarefas para os outros, só com qualificação por formação ou experiência, ou após a divulgação completa de limitações pertinentes;
- procurar, aceitar e oferecer a crítica honesta de trabalho técnico, reconhecendo e corrigir os erros, e ao crédito adequadamente as contribuições dos outros;
- tratar justamente todas as pessoas, independentemente de factores como a raça, religião, género, deficiência, idade ou origem nacional;
- evitar ferir outras pessoas, seus bens, reputação, ou emprego através de acções falsas ou mal-intencionadas;
- ajudar os colegas e colaboradores no seu desenvolvimento profissional e apoiá-los no cumprimento deste código de ética.
Aprovado pelo Conselho de Administração IEEE Fevereiro 2006
Bibliografia/Referências:
AAG, disponível em www: http://www.aag.org/Info/ethics.htm
IEEE, disponível em www:
http://www.ieee.org/portal/pages/iportals/aboutus/ethics/code.html
Dicionário da Língua Portuguesa (2004). Porto: Porto Editora. ISBN 972-0-01131-9.
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